Pesquisa em ratos descobriu proteína que pode permitir exame
único para diagnosticar vários tipos de tumor.
Cientistas britânicos descobriram uma proteína presente em
muitos tipos de câncer que, no futuro, poderia levar a um exame único capaz de
detectar várias formas da doença. O sistema também poderia ser usado para
calcular doses precisas de radioterapia.
O grupo do Instituto Gray de Oncologia e Biologia da
Radiação relatou ao Instituto Nacional de Pesquisa de Câncer da Grã-Bretanha
ter identificado câncer de mama em ratos semanas antes de um caroço inicial ser
detectado
A mesma proteína, chamada gamma-H2AX, é encontrada em
tumores de pulmão, pele, rins e bexiga, e é produzida como uma reação do
organismo ao DNA danificado. De acordo com os cientistas, esse é um dos
primeiros indícios de que uma célula está se tornando cancerígena.
Formação de tumores
O anticorpo recebeu, então, pequenas quantidades de material
radioativo, servindo como "termômetro" para identificar a presença de
câncer no organismo.
Caso os médicos identifiquem um acúmulo de radiação em um
determinado ponto do corpo, há grandes chances de que ali esteja o início da
formação do tumor.
Diagnóstico precoce
A professora Katherine Vallis diz que, nos ratos usados em
laboratório, caroços só puderam ser sentidos quando as cobaias já tinham cerca
de 4 meses de idade. "Mas nós detectamos mudanças antes disso, entre 3
meses e 3 meses e 10 dias, antes de um tumor ser clinicamente aparente."
Katherine disse à BBC que a proteína gamma-H2AX era, em
grande parte, um "fenômeno comum" e que "seria um sonho"
desenvolver um exame único para vários tipos de câncer.
Estágio inicial
"Essa pesquisa inicial revela que rastrear as moléculas
poderia nos permitir detectar danos no DNA em todo o organismo. Se estudos mais
aprofundados comprovarem isso, a proteína poderia nos fornecer uma nova rota
para detectar o câncer em sua primeira fase, quando ainda há mais chances de
tratá-lo com sucesso", afirmou a cientista.
Julie Sharp, do instituto britânico Cancer Research UK,
avalia o estudo como um avanço.
"Essa importante pesquisa revela que ter como alvo uma
molécula-chave poderia nos fornecer uma rota animadora por novos caminhos para
detectar o câncer em um estágio inicial e ajudar a aplicar radioterapia e
monitorar seus efeitos sobre os tumores."
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